Querido amor ausente Não escolhi o dia de hoje Para matar o nosso amor Mas tenho reparado que há dias Em que o Sol não nasce: Só cresce a dor Esses dias multiplicam passivos com taxas e juros Não estou a falar de saldos bancários Mas de crashes cardíacos com subida de muros Mesmo assim eu sei Que sempre que encontrar alguém Que me faça lembrar de ti Hei-de apaixonar-me outra vez Por ele ou por ti... ? Seremos sempre três Só muito raramente O nosso amor é regado com esmero Um dia tu não podes E eu no outro dia não quero E ali fica o nosso amor a fazer de cenário Amor de recibo, amor-partime, amor precário Adorei partilhar-me contigo Mas por mim, está bom assim E esta não é uma carta de reclamação É só uma carta aberta ao teu coração