E sem neurose, não pose, não brinco de estatua To sempre em movimento, indecisão nem sempre mata Caminhos que eu trilho, a recompensa é meu filho Alerta na envolta, me solta Revolta que me deixa acordado, longe de pisar no gatilho Porém eu trilho, a pé, de novo um tropeço Discussão em primeira pessoa, mas na brasa eu me aqueço Desafio e enfrento, tudo aquilo que me apavora Recebo sem malícia o que se tem ai por fora E entre pintores eu expresso e pinto a minha arte Com prazer eu abro espaço e construo a minha parte Não sou de marte, só porque não compartilho do seu gosto Faço e aposto sem vergonha de mostrar o meu rosto E no meu posto, confere que eu tô presente Preparado pra ocasiões que eu crio de repente Que graça tem o pico, se a emoção tá na escalada? Que graça tem a vitória ao olhar pra trás e não ver nada? Calada, a chuva bate, cada estralo me condena Meu refúgio é o pensamento, eu defino a minha cena Criando pena, sempre alto, não mudo o meu lema Eu queimo o asfalto, a largada, buscando o mais puro Junto a minha própria presença perdida no escuro, é duro Mais eu atravesso, eu furo Em uma mão eu amasso meu passado E na minha direita eu seguro o meu futuro Não penduro responsa em alguém Não sigo sem, só planto o bem, que problema tem Em continuar, fazer o meu, sem medo de ser refém Dos meus traços, enrolados formando laços Sepa que no ambiente errado mas ganhando meu espaço Juntando poeira eu renasço, folha por folha eu amasso Caindo sim, mas não por tropeçar nos meus cadarços E se um dia for, mais além? Provar que o tempo até que me fez bem Mesmo de olho fechado, sem medo do escuro Mas sigo confiante, eu acho o que eu procuro Raspando os dente, mil fita na minha mente Preocupado com cada detalhe E a felicidade não tem ingrediente, então prefiro ignorar Não sou, fã de pagode, mas deixo a vida me levar Não preocupado com a direção, mas talvez onde eu vá chegar Medindo somente atitudes, e nenhum degrau da escada Mantido no sentido certo, mas na direção errada É foda, empurrando um sonho, faltando umas roda Frieza ou talvez egoísmo de tentar me manter Sempre o mais perto possível da borda Admito que incomoda, preenchendo qualquer vazio com soda O pior seria me ver no inferno, vagando, trajando gravata e terno Fazendo meu sonho eterno, e desse ninguém me acorda Puxando as cortina, varrendo pra fora, mas pra bem longe Todos os falso que vem de sobra Cada canto me completa, ganância por ideia certa Não julgo nenhum poeta, a intenção aqui me desperta Não preciso nem dar seta, só vou entrando e acredito Mesmo se eu correr um dia pro meu canto, mas não arrependido Se o tempo é rei, no mínimo eu sou seu amigo Não sem abrigo, não sem condição, simplesmente por opção Tendo um por que, vestindo a própria pele Então não tenta entender E se um dia for, mais além? Provar que o tempo até que me fez bem Mesmo de olho fechado, sem medo do escuro Mas sigo confiante, eu acho o que eu procuro Calando o sentido no que faço O espaço por mim não foi perdido, opções se tem um maço Abro o leque de idéias, e mais precisão no traço Dificulta a presa que se persisto eu caço E ambições que me define, a vida não é filme Tão longe, mas perto, certo Adepto de encontrar o momento sublime Pela capa não descrimine, se tu entende é assim que é Quem fala o quer, também escuta o que não quer Um dia agente aprende, não preocupado com o perigo, fé Se viver agora virou um jogo para a morte Um gole da vida, e mais um trago, agora deixa que eu tô forte Sem porte, sorte Cadeia produtiva, antes pecuária, de corte Pra aquelas que tão pastando, pelo amor se comporte Deixando só o osso dos caroço Tiro a mira, rima que entora e vira o pescoço cansado do esboço Papel e caneta é o que eu preciso, se tem mesa o almoço Se liga e muita calma se o caldo não ta grosso Pergunta se ta fácil? Mas difícil é acertar o ponto Peneirando as palavras, vejo que eu já ta pronto Pra seguir na busca do próprio orgulho Não importa quantos vão se ferir, confundir ou até mesmo rir Contando os andares que não param de subir De estatua eu não brinco Ainda não cheguei na lua, mas minha bandeira finco O silêncio provoca algo que nem sei se sinto Nem como defino, ditatório e pontual Como o soar do sino, esperando o meu destino Na busca do além, lado nocivo dos menino Só meu truta por favor não pose Dizem que fazer rap é moda, febre, até virose Melhor remédio pra essa porra é paciência Então aumento a dose (Mas, mas?) Não mudo os planos, tentando agradar a gregos e troianos Comigo? (Comigo não mano) Sai fora mano, sem neurose E se um dia for, mais além? Provar que o tempo até que me fez bem Mesmo de olho fechado, sem medo do escuro Mas sigo confiante, eu acho o que eu procuro